quinta-feira, 25 de novembro de 2010

ESTÁTUAS DE MIM.

"A vaidade quando queima deixa a pele insensível. Ela é fogo que arde de tanto se ver, de tanto se exibir".



Todo Dom nasce perfeito e cresce imperfeito. Claro. Deus quis contar com instrumentos insuficientes. Deus se basta, Ele é e fim. Mas, não quis encerrar-Se em Si mesmo. Ele compartilhou aquilo que Ele É no Homem e Mulher. Mesmo sabendo que isso poderia "entortar" a Sua imagem, Deus não conteve sua doação e transbordou Sua divindade no ser humano mostrando para todos que, mesmo imperfeito, um filho ou filha de Deus pode manifestá-Lo aqui na terra.

Que missão! Que árduo e muitas vezes penoso ofício. E não há lá tantas vantagens pessoais. E deve ser assim. Quem tira vantagem da nossa missão é Deus e as pessoas. Quando as vantagens de servir a Deus alcançarem nosso bolso e nossos objetivos pessoais é porque alguma coisa está fora de ordem.

Na máfia, em certas culturas ou em algumas teologias estranhas, os fins justificam os meios. No Reino de Deus os fins justificam minha ida pro céu ou pro inferno.

Quando eu uso de meu Ministério de Música ou das Artes para o meu bel prazer, lucrar e praticar o inconveniente e escandaloso eu dou carta de alforria para que a vaidade domine meu corpo e amorteça minha oração e minha missão.

E estamos vivendo um tempo assim na Igreja devido às fortes influências do mundo. Uma moção nada profética nem tão pouco nascida da vontade de Deus tem sublimado muitos ministros e de música e ministros das artes. Um leve vento estranho, causador de pneumonia espiritual tem esfriado muita gente. Aquilo que era mais simples e sem a complexidade que o mundo exige erigiu estátuas de mim mesmo.

Anos atrás Deus tinha entre Ele e o seu povo um ministro de música católica. Hoje em dia entre Deus e o povo temos (anote aí)

- a loja de instrumentos,

- a marca do afinador,

- a potência do microfone,

- o agenciador,

- o patrocinador,

- a ginástica de pilates (bom nome, hein!),

- a marca da calça jeans,

- a editora do meu CD,

- o evento de lançamento dos 50 anos de vida do meu poodle,

- as passagens aéreas da tam ou da gol,

- os notebooks com pen drivers das operadoras 3G e 4G pra que eu possa twittar quantas vezes eu fiz xixi durante o vôo,

- o tipo de comida do meu camarim,

- o "air claimber" da Polishop no meu quarto

- se minha água mineral tem bário e sódio nas medidas certas.

- quanto vou faturar pelo evento,

- quanto de CD e DVD eu tenho direito no contrato

- se o som está de acordo com o que eu gosto

- se tem academia próximo ao hotel que eu ficarei

e outras "coisitas" mais.

O demônio é esperto, mas nunca eficaz. Ele belisca e fere, mas não vence. Ele sabe que oferecendo tudo aquilo que eu gosto e enchendo os meus olhos de conquistas pessoais provavelmente eu desvie um pouco ou "um muito" o meu dom e o meu ministério da verdadeira Vontade de Deus e da sintonia com a Igreja.

E a gente sabe que ministério de música e artes é um perigoso espelho nada translúcido. Minha música nunca deve servir aos meus próprios interesses. Meu ministério não pode colocar a evangelização refém do mundo.

Antigamente era sonho de todo "artista" de Deus gravar com o padre Zezinho, com o padre Jonas, com o padre Irala, com o padre Joãozinho, com a Irmã Miriam, com o Martin Valverde... hoje, o sonho ultrapassou as barreiras do discernimento e, ao invés de solidificar mais a nossa arte na pureza do criador, "a gente vai se bastando" e se maravilhando com o baixista da banda da Bahia, com o saxofonista da banda do rio de janeiro, com a cantora de expressão nacional ou com o garotinho da banda sertaneja que está em ascensão por no máximo 4 anos.

Enquanto os filhos da Luz não manifestarem suas lâmpadas fica difícil evangelizar. Fazer aqueles que estão no mundo mundo gostar de nós e dos nossos DVD´s gravados ao vivo no credicard haal, no hsbc Brasil, no all of Jazz ou no via funchal não nos dá uma habilitação de evangelizadores. Fará sim, uma rápida manifestação idólatra mas, nunca um eficaz evangelizador pelo ministério de música ou das Artes.

Deus queira que este tempo seja passageiro e que muitos - senão todos - retornem novamente às origens de seus carismas e de seus dons, reconhecendo diante do mundo que "somos de Deus". Que nossa música e nossa arte é Deus e que Ele quer a todos.

Postado por --> Formação Beatitudes às 03:40
http://formacaodemusicos.blogspot.com/2010/11/estatuas-de-mim.html


terça-feira, 23 de novembro de 2010

Por que espero tantos elogios?



Segue o texto do Ricardo Sá da comunidade Canção Nova. Vale a pena refletir!!!
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"Jesus Cristo compara-nos ao fermento, ou melhor, Ele diz que somos fermento, por isso, envolvidos na massa, é que somos quem Deus nos fez.

Aprendi com o padre Rafael, sacerdote Javista que viveu em missão conosco, – numa comparação maravilhosa – que quando comemos uma torta gostosa, elogiamos sua beleza, perguntamos quem a fez e nos deliciamos com tudo e queremos saber quem a fez para parabenizá-lo. Entretanto, nunca se vê alguém perguntar qual fermento foi usado. Pois é, fermento ninguém vê. Portanto, se continuarmos querendo que nos vejam é possível que ainda não tenhamos compreendido quem somos.

É hora de rever a história e entender o que Jesus nos quis dizer com isso. Caso contrário, vamos querer ser o "enfeite da torta", quando, na verdade, Cristo nos quer realizando o que é essencial: a parte do fermento, e nada mais."

Ricardo Sá

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Dia 22 de novembro, dia do músico, fazemos memória de Santa Cecília padroeira dos músicos.


Existe uma mártir da Igreja que nos deixou uma história fenomenal, é padroeira, protetora dos músicos. Cecília viveu nos primeiros séculos da Igreja, era de família nobre, que tinha posses. Naquele tempo, a Igreja vivia o duro período da perseguição.

Para professar a fé, se encontrar com a Palavra e a Eucaristia muitos tinham que celebrar às escondidas. Muitas vezes isso acontecia nas casas das famílias e Cecília tinha o prazer de emprestar sua casa para a celebração da Santa Missa.

Cantava maravilhosamente, fazendo com que todos sentissem a presença de Deus, também era instrumentista – tocava piano e harpa. E, por causa de sua beleza externa e também por causa de sua voz, o imperador quis possuí-la; então a convidou para ir até seu palácio e lhe fez esta proposta: “venha morar comigo aqui no palácio e eu lhe darei tudo que você ainda não pôde experimentar. Quero ouvir sua música e ter você a meu lado”.

Ela respondeu que não poderia ir, porque estava noiva e amava Jesus de Nazaré. Então voltou para casa, mas começa a ser perseguida pelo imperador para que mudasse de idéia. Mas permaneceu fiel.

Chegando o dia das núpcias de Cecília, quando partilharia com seu esposo o amor que celebraram diante de Deus. No leito nupcial, ela faz uma revelação a seu esposo, olhando em seus olhos, “O amor do Senhor me conquistou. Eu te amo também, mas preciso lhe pedir que me permita viver para Ele, mesmo estando a seu lado. Guardando a minha virgindade.”

O marido confuso, mas também tocado por suas palavras responde “Eu acredito em você se um anjo vier e disser que você pertence a Deus”. Então Cecília se ajoelhou e fez uma oração que seu esposo jamais esqueceu, pedindo a Deus este sinal.

Aqui encontramos a espiritualidade do músico pois a canção, na verdade, é extensão, conseqüência de toda intimidade que o músico tem com o Senhor.

O anjo então, se entrou no quarto nupcial e se aproximando do esposo, diz “Ela pertence ao Senhor”. Naquela hora, o esposo consagrou-se também ao Senhor para viver unido a ela como casal, mas os dois castamente para o Senhor.

Mas o imperador não desistiu e depois matar o esposo de Cecília, pediu-lhe que renunciasse a Deus. Ela negou e ficou presa uma semana, sem nenhum contato com ninguém, não podia nem cantar. Mas permaneceu firme e consciente do que queria, mesmo enfraquecida. Todo músico passa por situações dolorosas, quem não sofre não vive, quem não vive não cresce, quem não cresce não morre e quem não morre não ressuscita.

Depois de ter sobrevivido a um incêndio, tiraram-lhe seu instrumento mais precioso – sua voz. O soldado cortou com uma faca a garganta de Cecília. É conhecimento médico que alguém sofrendo um corte nesta área, morre em minutos. Mas por um milagre ela sobreviveu ainda por três dias.

Os cristãos que estavam por perto, pediram que escrevesse um “testamento”. Cada músico precisa pensar em seu testamento. Nosso Senhor deixou seu testamento na cruz, por meio das 7 palavras. Qual herança você vai deixar?

Cecília escrevia as últimas recomendações a seus criados e amigos. Uma delas era que sua casa fosse transformada em uma Igreja, e de fato hoje a casa de Cecília está no subsolo de sua basílica. Antes de morrer disse, por meio de gestos “morro por causa de meu Deus”

Dê a Deus o seu melhor, como Cecília que não teve medo de dar até a própria vida. Nós precisamos de cristãos que tem a coragem de dar a vida, há esperança para o nosso Brasil, há esperança para a Igreja.

Não retenha nada para si, confie, dê ao Senhor o seu máximo. Porque Ele já lhe deu tudo, já fez tudo por você. Músico não retenha nenhuma nota sequer, dê tudo ao Senhor.

Não espere amanhã, não podemos aumentar um dia sequer na nossa existência. E se for a sua última chance? Renda-se diante do amor de Deus, renda-se diante do tudo que Deus lhe deu. Se você precisa de ajuda, eu também preciso, todos nós precisamos. Mas comece com humildade, uma coisa de cada vez. Comece rendendo-se ao Senhor.

Padre Delton Filho
Comunidade Coração Fiel